domingo, 19 de fevereiro de 2023

A GUERRA ESQUECIDA: os Anaió e os colonizadores na Guerra dos Bárbaros no Sertão do Rio São Francisco entre 1684 e 1688 (Artigo Científico)


Autor: Paulo Robério Ferreira Silva (
Doutorando PPGDS/Unimontes).


Resumo: A “guerra esquecida” foi uma etapa da Guerra dos Bárbaros que passou despercebida da historiografia até o início do século XXI. Nos Sertões do Rio São Francisco, próximo, ao Sul, aos Rios Verde e Carinhanha, digladiaram, entre 1684 e 1688, os povos nativos Anaió e as tropas comandadas pelo paulista Matias Cardoso de Almeida e pelo baiano Marcelino Coelho. Além de contribuir para justificar que as Guerras do São Francisco – a outra ocorreu na segunda metade da década de 1670 também entre Anaió e colonizadores – não faziam parte das Guerras do Recôncavo, como aceito por alguns historiadores, os efeitos dessa contenda lançam luzes sobre com os povos nativos, para além da violência do extermínio, também participaram da emergência do povo brasileiro que surgiu com a colonização.

Palavras-chave: Guerra dos Bárbaros. Anaió. Colonizadores luso-brasileiros. Matias Cardoso. Sertão do Rio São Francisco.


SILVA, Paulo Robério Ferreira. - A Guerra Esquecida: os Anaió e os colonizadores na Guerra dos Bárbaros, no Sertão do Rio São Francisco, entre 1684 e 1688. Revista Faces da História. V. 8, n. 1, p. 264-282, jun., 2021.

Disponível em: <https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1938/1794>.


Leia e/ou baixe o artigo completo no site da Revista Faces da História:

https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1938/1794






sábado, 18 de fevereiro de 2023

INVENÇÃO DA SUBALTERNIDADE: o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil (Artigo Científico)


Autores: Paulo Robério Ferreira Silva & João Batista de Almeida Costa


RESUMO: Tapuia foi um termo pejorativo, utilizado largamente no período colonial para designar, primeiramente, os povos nativos do tronco etno-linguístico Macro-Jê. Também foi apropriado pelo colonizador, e significou “o bárbaro mais bárbaro que o bárbaro”. O objetivo deste artigo é discutir a “invenção da subalternidade” a partir da tensão entre o colonizador e os povos colonizáveis e não colonizáveis (os tapuias). Metodologicamente, a partir de cartas de padres jesuítas do século XVI e de relatos de cronistas dos séculos XV e XVI, suportados por uma revisão de literatura pertinente à investigação, primeiro é discutido a subalternidade como uma ideologia que nasce com a colonialidade e a modernidade nos processos de colonização deste continente e que funciona como operacionalizadora destas duas últimas. Daí emergem tanto a alteridade, materializada na figura do Outro, com a sua impossibilidade, manifestada no Outro em si-mesmo; em seguida, são analisados alguns importantes aspectos das representações dos tapuias feitas pelo padre João de Aspilcueta Navarro. Tais representações reverberariam posteriormente entre outros cronistas; e por fim, as ideologias da subalternidade, da colonialidade e da modernidade são analisadas na perspectiva da realização do próprio processo colonizador. O substrato teórico desta discussão é o padrão colonial/moderno de poder no bojo do sistema-mundo colonial/moderno. Desse modo, a “conquista” pela arma e pela cruz, não restringe-se ao período colonial, mas funda um sistema de domínio que chega, ainda com grande vigor, em nossos dias.

Palavras-Chave: Subalternidade; Representações; Tapuias; Não colonizados.

SILVA, Paulo Robério Ferreira; COSTA, João Batista de Almeida. INVENÇÃO DA SUBALTERNIDADE: o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil. REVISTA LATINO-AMERICANA DE ESTUDOS EM CULTURA E SOCIEDADE. V. 07, nº 01, jan.-abr., 2021.


Leia o artigo completo na REVISTA LATINO-AMERICANA DE ESTUDOS EM CULTURA E SOCIEDADE em: https://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/2177/1449


Imagem: Homem Tarairiú. Pintura do século XVII do holandês, Albert Eckhout.


Prof. Doutorando Paulo Robério participa das "Aulas Inaugurais do Olegário 2023"


A E. E. Presidente Olegário Maciel, em Manga, MG, com objetivo de resgatar a importância da Escola pública na formação de crianças, jovens e adultos, realizou nas primeiras semanas de fevereiro do corrente ano, uma série de Aulas Inaugurais. As mesmas foram organizadas de forma inter e transdisciplinar a partir de quatro áreas de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais; Ciências da Natureza; Matemática e Linguagens. Em cada área Professores/as apresentaram suas disciplinas, além de um tema comum a todas.


O Prof. Doutorando Paulo Robério Ferreira Silva destacou a História pela perspectiva do estudo dos seres humanos em suas intra e inter-relações, bem como em suas dinâmicas no tempo (passado, presente e futuro) e no espaço.


Umas das reflexões realizadas foi sobre a importância da “consciência histórica” para lidar com as demandas contemporâneas de uma sociedade em transformação radical, em que o virtual avança com sobre o concreto, modificando intensamente as subjetividades e, em corolário, as formas como nos organizamos em sociedade.


Na discussão específica, o Prof. Doutorando Paulo Robério, enfatizou o racismo como o eixo constituidor da sociedade brasileira. Mostrou ainda alguns aspectos que relacionam o racismo científico, criado no século XIX, com as lutas atuais para a superação deste fenômeno que violenta cotidianamente milhões de brasileiros.


Por fim, disse dos avanços promovidos pelos movimentos negros e dos povos nativos ao ocupar espaços políticos, econômicos, simbólicos, religiosos, do conhecimento e outros, além de convidar à reflexão a partir de Jessé Souza:


A aceitação da própria inferioridade pelo oprimido é o fundamento central e mais importante de todo tipo de dominação estável que tenha existido na história humana.”

(Jessé Souza em “O racismo criou o Brasil”, p. 23, 2021).