domingo, 9 de dezembro de 2018

Jovens cientistas do Portela (Manga) discutem “conhecimento escolar” e “conhecimento comunitário”

O ano de 2018, embora severamente marcado por uma danosa crise político-econômico-social que põe em xeque até mesmo o funcionamento da Escola pública, tem se caracterizado como um marco para a E.E. Ministro Petrônio Portela de Manga. Isto porque vem sendo desenvolvido um importante projeto de iniciação científica para alunos daquela Escola resultado de iniciativa da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) por meio do Núcleo de Pesquisa e Estudos Africanos, Afrobrasileiros e da Diáspora (UBUNTU/NUPEAAS), com apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

O projeto de iniciação científica para educandos do Ensino Médio intitulado “Caçadores de Conhecimento” (anteriormente: Africanidades) tem como objetivo investigar qual a relação dos “conhecimentos comunitários” das comunidades de Espinho e Malhadinha, localizadas no município de Manga, e o “conhecimento escolar” oferecido pelo Portela.

Conforme o Prof. Mestre Paulo Robério F. Silva, orientador e responsável pelo referido projeto, “para além de reproduzir os interesses da ordem dominante, que nos últimos séculos é caracterizado pelo domínio das doutrinas liberais, e da condição de também ser lócus de resistência a este domínio, como mostra Saviani (2012), a Escola promove, por meio do conhecimento escolar, importantes diálogos com outros saberes. O seu caráter hegemônico é colocado em xeque neste diálogo extramuros, em que as demandas do mundo real de cada grupo humano exige a (re)invenção de saberes que sejam minimamente adequados para lidar com as exigências de uma sociedade que, em linhas gerais, se complexifica paulatinamente e em, cada vez, maior intensidade (SANTOS, 2015). Por isso que, neste estudo, pretende-se apresentar algumas considerações sobre o diálogo entre o “conhecimento escolar” oferecido pela E.E. Ministro Petrônio Portela de Manga, MG e os “conhecimentos comunitários” das comunidades de Espinho e Malhadinha, localizadas no mesmo município e que há algumas décadas possui alunos estudando na referida Escola”.

Algumas etapas da investigação vêm sendo desenvolvidas, a exemplo da realização de mini-cursos sobre produção científica, pesquisa de campo, discussões quanto aos parâmetros de pesquisa, produção de textos, elaboração de relatórios e estudos bibliográficos.

Ao final do período de investigação, além de contribuir para que educandos do Ensino Médio possam se aproximar da produção do conhecimento científico, fundamental para a vida em sociedades moderas, espera-se responder à demanda da pesquisa, ou seja, “em que medida o “conhecimento escolar” é reconhecido e utilizado por estudantes e moradores das referidas comunidades?”

*Imagem (no topo) dos jovens cientistas do Portela em evento realizado no dia 20 de novembro de 2018 em homenagem ao dia da Consciência Negra em Januária, MG.

Referências

SANTOS, Laymert. Educação desculturalizada. Página do autor, 2015. Disponível em: <https://www.laymert.com.br/educacao-desculturalizada/>. Acesso em: 02 dez. 2018.

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 42ª. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

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